o CLeVA é um espectáculo (título provisório)

é já no próximo dia 30 de abril, na Biblioteca Municipal de Alcochete, pelas 16h00
Os objectivos continuam a ser os mesmos; promover o prazer da leitura partilhada; a forma passou a ser outra.
Deve-se estar sempre embriagado. Nada mais conta.
Para não sentir o horrível fardo do tempo que esmaga os vossos ombros e vos faz pender para a terra, deveis embriagar-vos sem tréguas.
Mas de quê?
De vinho, de poesia ou de virtude. À vossa escolha. Mas embriagai-vos!
E se algumas vezes, nos degraus de um palácio, na erva verde de uma vala, na solidão baça do vosso quarto, acordais já diminuída ou desaparecida a embriaguez, perguntai ao vento, à vaga, à estrela, à ave, ao relógio, a tudo que foge, a tudo o que geme, a tudo que rola, a tudo que canta, a tudo que fala, perguntai que horas são.
E o vento, a vaga, a estrela, a ave, o relógio vos responderão: “São horas de vos embriagardes. Para não serdes os escravos do tempo, embriagai-vos sem cessar. De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa escolha."
Faltam ovos na cozinha
Não há ovos para o doce.
"Alto lá" disse a galinha
"Ponho um ovo e acabou-se."
"Ponho um ovo e acabou-se.
Amassado com farinha,
se não chega para o doce,
vão dizer que a culpa é minha."
"Vão dizer que a culpa é minha.
Vão dizer: ela baldou-se.
Vão dizer: esta galinha
proibiu que houvesse doce."
"Proibiu que houvesse doce.
Foi tacanha, foi mesquinha.
Nem que fosse! Nem que fosse!",
cacarejou a galinha.
Cacarejou a galinha
e espremeu-se e esforçou-se.
E pôs um ovo que tinha
mais valor que muito doce.
Mais valor que muito doce,
que mil ovos de galinha:
era de oiro e acabou-se
a miséria na cozinha.
Poesia de cozinha
Bolo de mel com noz,
Regado com calda de laranja,
Vitamina C para a voz,
Enfeitado por cascas em franja.
Uns estaladiços flocos de aveia,
Com iogurte de frutos tropicais,
Orientam a fome até à ceia
E até desarranjos intestinais.
Ao almoço o cozido de carnes gordas
Bem temperado e a tintinho regado,
Para outros ficam as açordas
Com coentros e ovo escalfado.
A tarde é de sopas e descanso,
Rebate-se com café a comida,
O aperitivo para afogar o ganso
E uma estiradinha bem merecida.
Ao lanche, após a cómoda sesta
Umas bolachinhas com manteiga,
Um pouco de leite que ainda resta
E uma frutinha doce e meiga.
Um belo filete de atum grelhado
Acompanhado de frescos bróculos,
A fazer de petisco ajantarado
Com vinho e alguns ósculos.
Só um cálice de um bom Porto,
Base de amena cavaqueira,
Pouco para não ficar torto
E bem juntinho à lareira.
Ingredientes:
12 rosas, de preferência vermelhas
12 castanhas
Duas colheres de manteiga
Duas colheres de fécula de milho
Duas gotas de essência de rosas
Duas colheres de anis
Duas colheres de mel
Dois alhos
6 codornizes
1 pithaya
Junte uma colher de chá de grãos de pimenta preta, 1 noz-moscada inteira, 4 paus de canela de tamanho médio, 1 colher de chá de coriando. Todos estes ingredientes deverão ser pisados num almofariz. Junte cerca de uma mão-cheia de tâmaras cristalizadas, de figos secos, amêndoas com casca e amendoins: pique estes frutos e misture-os bem. Pode pisar no almofariz uma mão cheia de cannabis sativa , até ficar em pó. Tudo isto, bem como as especiarias, deve ser polvilhado de frutos secos e depois misturado. Dissolva aproximadamente uma chávena de açúcar em bastante manteiga.
Quer esta massa seja enrolada em forma de bolo e cortada em pequenos pedaços ou trabalhada em bolas do tamanho de uma noz, deverá sempre ser degustada com moderação e cuidado. Dois pedaços são mais que suficientes.
Obter a cannabis pode levantar algumas dificuldades. Mas a variedade conhecida por Cannabis sativacresce como uma erva daninha vulgar, passando muitas vezes desapercebida, em qualquer região da Europa ou Ásia e também nalgumas regiões de África. Para além de que é cultivada e utilizada na produção de cordas. Nas Américas, os seus familiares denominados Cannabis indica, muitas vezes censurados, chegam a ser detectados em vasos nas varandas citadinas[2].
Que bem que me tem feito a levedura
de cerveja!
Limpou-me a casposa brotoeja
e a literatura!
Ou será a pulseira japonesa
que me prende à saúde?
Ou esses banhos em que o corpo exsuda
à finlandesa?
À porta dos quarenta todo o cuidado
é pouco!
Devaneios? Pois sim... Allegro ma non troppo....
... e há-de ser dado!
Quem sabe se, minaz, um carcinoma,
do corpo nos recessos,
a estas horas não me faz progressos
a caminho do coma?
Complexado como eu também não há
ninguém!
A não ser, talvez, a minha mãe,
que já lá está...
A vida, mãezinha, foite dura,
muito embora...
Adeus, adeus!, que está na hora
da levedura!
Ponha a água ao lume e, quando estiver a ferver, junte as batatas e as cebolas cortadas em quartos, o azeite e o sal. Deixe cozer em panela tapada e reduza a puré. À parte escalde as nabiças com água a ferver temperada de sal e junte-as ao puré. Deixe levantar fervura e retire do lume passados 10 minutos.
Há quem diga que a rama do nabo, como a da couve, quando apresentadas em qualquer forma sólida, são alimentos exclusivos para as constituições vigorosas, ou seja, talhantes pedreiros e lavradores; e que bibliotecários, inválidos, fêmeas de pequena estatura e todos que tenham digestões delicadas fariam melhor em se abster de tais alimentos.
Eu, pelo contrário, sou de opinião de que o consumo da nabiça e da couve fortalecerá uma digestão frágil, devido às propriedades das folhas, que já vi darem novo alento a uma cabra doente, e de uma vaca agonizante fazerem um animal cheio de vida, ao ponto de se por a dançar.
Mas quanto aos que crêem na primeira teoria, podem experimentar a sopa: atar em molhos as nabiças ou as couves com a ajuda de crina de cavalo. Mergulhá-los em água a ferver, a que se adicionou um pouco de sal, durante meia hora. O líquido coado pode constituir um prato ligeiro durante a Quaresma.
Um dia, num restaurante, fora do espaço e do tempo,
Serviram-me o amor como dobrada fria.
Disse delicadamente ao missionário da cozinha
Que a preferia quente,
Que a dobrada (e era à moda do Porto) nunca se come fria.
Impacientaram-se comigo.
Nunca se pode ter razão, nem num restaurante.
Não comi, não pedi outra coisa, paguei a conta,
E vim passear para toda a rua.
Quem sabe o que isto quer dizer?
Eu não sei, e foi comigo…
(Sei muito bem que na infância de toda a gente houve um jardim,
Particular ou público, ou do vizinho.
Sei muito bem que brincarmos era o dono dele.
E que a tristeza é de hoje).
Sei isso muitas vezes,
Mas, se eu pedi amor, porque é que me trouxeram
Dobrada à moda do Porto fria?
Não é prato que se possa comer frio,
Mas trouxeram-mo frio.
Não me queixei, mas estava frio,
Nunca se pode comer frio, mas veio frio.
Nelo: Sempre a corrigir, parece que é parda! sempre a corrigir, eu sou uma pessoa
especializada em ler na vertical percebe, eu sou uma pessoa artística, sou uma pessoa
aérea, não sou como você, que vai às letras todas ver o que lá tá escrito, eu não, estúpida,
sou uma pessoa que não, não conto as bolachas de água e sal cada vez que vai ao pacote.
Idália: Olha eu pelo menos, vou ao pacote, tomo decisões, não sou como certas
pessoas, que não vão, nem saem de cima.
HR
|
deixou
|
AJ
|
deixou cair
|
HR
|
deixou cair o quê?
|
XJ
|
deixou cair o que tinha na mão.
|
HR
|
deixou cair o que tinha na mão e?
|
XJ
|
deixou cair o que tinha na mão e caiu morto
|
TODAS
|
ah ah! deixou cair o que tinha na mão e caiu morto!
|
XF
|
não tinha
|
AR
|
não tinha o quê?
|
XF
|
não tinha nada na mão.
|
AR
|
não tinha nada na mão?
|
XF
|
não tinha nada na mão quando caiu morto.
|
TODAS
|
ah ah! não tinha nada na mão quando caiu morto!
|
HR
|
não tinha
|
XJ
|
não tinha o quê?
|
HR
|
não tinha onde cair morto.
|
XJ
|
não tinha onde cair morto?
|
HR
|
não tinha onde cair morto e caiu morto na mesma.
|
TODAS
|
ah ah! não tinha onde cair morto e caiu morto na mesma!
|
XF
|
deixou cair o que tinha na mão e caiu morto.
|
AR
|
não tinha nada na mão quando caiu morto.
|
HR
|
não tinha onde cair morto e caiu morto na mesma.
|
XJ
|
o que tinha na mão e
|
XJ
|
não tinha nada na mão
|
XJ
|
não tinha onde
|
XJ
|
e caiu
|
TODAS – XJ
|
na mesma?
|
AR
|
o que tinha na mão e
|
AR
|
não tinha nada
|
AR
|
não tinha onde
|
AR
|
e caiu
|
XF
|
o que tinha
|
HR
|
não tinha nada
|
AR
|
não tinha onde
|
XJ
|
e
|
HR
|
tinha
|
XF
|
tinha não
|
AR
|
não tinha
|
HR+XF+XJ
|
tinha
|
AR
|
não tinha
|
HR+XF+XJ
|
tinha
|
TODAS
|
ah ah
|