Tic... Tac... Tic... Tac... Desta vez a inexorável ampulheta marcava os 3 minutos... será que conseguimos cumprir?
[ Já notaram que já não tem sido preciso dizer "coragem..."? ]
A Cristina entrelaçou Camões e Pessoa... a dobrar o cabo das tormentas:
Não acabava, quando uma figuraO Fernando trouxe-nos D. Quixote, o cavaleiro andante (... olha... andante!) e seu escudeiro Sancho Pança. Leu um excerto do capítulo VIII (a famosa luta contra os moinhos de vento). O eBook está aqui para quem o quiser, embora a versão seja um nadinha diferente.
Se nos mostra no ar, robusta e válida,
De disforme e grandíssima estatura;
O rosto carregado, a barba esquálida,
Os olhos encovados, e a postura
Medonha e má e a cor terrena e pálida;
Cheios de terra e crespos os cabelos,
A boca negra, os dentes amarelos.
Tão grande era de membros, que bem posso
Certificar-te que este era o segundo
De Rodes estranhíssimo Colosso,
Que um dos sete milagres foi do mundo.
Cum tom de voz nos fala, horrendo e grosso,
Que pareceu sair do mar profundo,
O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
À roda da nau voou trez vezes,
Voou trez vezes a chiar,
E disse: «Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?»
E o homem do leme disse, tremendo:
«El-rei D. João Segundo!»
«De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?»
Disse o mostrengo, e rodou trez vezes,
Trez vezes rodou immundo e grosso.
«Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?»
E o homem do leme tremeu, e disse:
«El-rei D. João Segundo!»
Trez vezes do leme as mãos ergueu,
Trez vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer trez vezes:
«Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quere o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
D' El-rei D. João Segundo!»
A Lena R. pegou nas "Histórias de Mulheres" da Rosa Montero e leu dois bocadinhos. Para quem quiser explorar um pouco mais o livro, o capítulo da Agatha Christie pode consultar-se online. São 15 histórias mulheres que ousaram... mas ficam avisados que os finais não são sempre felizes!
A Paula emocionou-nos com a "Paula" de Isabel Allende. Aqui um comentário sobre o livro.
O Daniel trouxe uma página do "Diário de Anne Frank" (sabes, Daniel, ela era só um bocadinho mais crescida que tu!)
A Isabel foi buscar António Aleixo
Ser Doido-Alegre, que Maior Ventura!O João leu-nos o final de "O Fim da Pobreza" de Jeffrey Sachs. Aqui uma sinopse e links para explorar um pouco mais.
Ser doido-alegre, que maior ventura!
Morrer vivendo p'ra além da verdade.
É tão feliz quem goza tal loucura
Que nem na morte crê, que felicidade!
Encara, rindo, a vida que o tortura,
Sem ver na esmola, a falsa caridade,
Que bem no fundo é só vaidade pura,
Se acaso houver pureza na vaidade.
Já que não tenho, tal como preciso,
A felicidade que esse doido tem
De ver no purgatório um paraíso...
Direi, ao contemplar o seu sorriso,
Ai quem me dera ser doido também
P'ra suportar melhor quem tem juízo.
A Virgínia leu dois excertos de Brecht
Há homens que lutam um dia, e são bons;e... das 'Lendas, Parábolas, Crónicas, Sátiras e outros Poemas' (Tradução de Paulo Quintela)
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vida
Estes são os imprescindíveis
Aprende o mais simples! Pra aquelesO Paulo que trouxe "Circunavegação" de Miguel Torga
Cujo tempo chegou
Nunca é tarde de mais!
Aprende o abc, não chega, mas
Aprende-o! E não te enfades!
Começa! Tens de saber tudo!
Tens de tomar a chefia!
Aprende, homem do asilo!
Aprende, homem na prisão!
Aprende, mulher na cozinha!
Aprende, sexagenária!
Tens de tomar a chefia!
Frequenta a escola, homem sem casa!
Arranja saber, homem com frio!
Faminto, pega no livro: é uma arma.
Tens de tomar a chefia.
Não te acanhes de perguntar, companheiro!
Não deixes que te metam patranhas na cabeça:
Vê c'os teus próprios olhos!
O que tu mesmo não sabes
Não o sabes.
Verifica a conta:
És tu que a pagas.
Põe o dedo em cada parcela,
Pergunta: Como aparece isto aqui?
Tens de tomar a chefia.
O Augusto apresentou o discurso do "Dia do Trabalhador" proferido por Eva Perón
O António leu excertos do "Ultimatum" de Álvaro de Campos/Fernando Pessoa (aqui dito por Maria Bethania)
A Helena Leu dois poemas do "Cântico do Homem" de Miguel Torga: "Luta" e
"Engrenagem"A Mariana leu "Inconfesso Desejo" de Carlos Drummond de Andrade
O dia nasce limpo e luminoso,
Mas não te iludas, homem!
A natureza já não é contigo.
Daqui a nada toca no quartel,
Apita a fábrica de meias,
Abre a mercearia,
E só então tu poderás saber
Se poderás viver,
E se chove,
E se neva,
E se o adeus da tua Eva
Te comove.
Queria ter coragem
Para falar deste segredo
Queria poder declarar ao mundo
Este amor
Não me falta vontade
Não me falta desejo
Você é minha vontade
Meu maior desejo
Queria poder gritar
Esta loucura saudável
Que é estar em teus braços
Perdido pelos teus beijos
Sentindo-me louco de desejo
Queria recitar versos
Cantar aos quatros ventos
As palavras que brotam
Você é a inspiração
Minha motivação
Queria falar dos sonhos
Dizer os meus secretos desejos
Que é largar tudo
Para viver com você
Este inconfesso desejo
A Cecília citou Mark Twain
Coragem não é a ausência do medo... é enfrentar o medo!
A Ana Rita leu um trecho de "O Homem" de Sophia de Mello Breyner (um dos "Contos Exemplares")
A Alexandra terminou com o princípio de "João Sem Medo"
esta imagem está muito boa!
ResponderEliminar