O antigo Clube de Leitura em Voz Alta deu lugar ao Coro de Leitura em Voz Alta. Tem normalmente um periodicidade quinzenal e acontece na Biblioteca de Alcochete.

Os objectivos continuam a ser os mesmos; promover o prazer da leitura partilhada; a forma passou a ser outra.

Floresta (uma leitura diferente)

Depois do desafio achei que uma maneira diferente de ler seria ... pegar num livro e sem mais nem porquê lê-lo ali mesmo em voz alta. Era no Metro... voltei a mim e disse "sozinha? nem pensar!" Uns dias mais tarde recolhi estas imagens para ilustrar propositadamente o poema Cidade. Tinha-o descoberto no Verão e achei que quando o tema da "Floresta" saísse seria uma boa escolha. O som não tem grande qualidade por isso deixo aqui a transcrição...

Cidade



Cidade, rumor e vaivém sem paz das ruas,
Ó vida suja, hostil, inutilmente gasta,
Saber que existe o mar e as praias nuas,
Montanhas sem nome e planícies mais vastas
Que o mais vasto desejo,
E eu estou em ti fechada e apenas vejo
Os muros e as paredes, e não vejo
Nem o crescer do mar, nem o mudar das luas.

Saber que tomas em ti a minha vida
E que arrastas pela sombra das paredes
A minha alma que fora prometida
Às ondas brancas e às florestas verdes.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Obra Poética I
Caminho

7 comentários:

  1. Boa! Que bela ideia e que poema extraordinário.
    Brava!
    Se bem que eu gosto muito de cidades( mas gosto delas verdes e não assim cinzentas).
    Beijos e parabéns
    Cristina

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  2. Mas que ideia tão bonita! Muito bom, Lena!
    Beijinhos,
    Virgínia

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  3. Muito bem Lena. Extraordinária ideia. O resultado soa um pouco minimalista, mas enriquece e de que maneira! o nosso blog. Parabéns! Aposto que esta nem a Cristina se tinha lembrado!

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  4. Nem pensar! Eu e câmaras de filmar (ou telemóveis)não nos entendemos lá muito bem.
    Eu gostei muito, muito.
    Bjs
    Cristina

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  5. Não acredito Cristina nessa timidez em frente às câmaras. Até porque já tive oportunidade de te ver.
    Bjs

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  6. A timidez não é em frente às câmaras. A dificuldade está em pegar-lhes e pô-las a funcionar. Daí que nunca me ocorresse uma ideia como esta da Lena. :)
    Cristina

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