Isto hoje esteve agitado! O humor começou com o filme "a porta fechada"... mas afinal havia outra (porta). Conseguimos deixar três sítios a postos para o clube (ou seja... podemos franchisar isto e abrir mais dois!) e depois de virar e revirar mesas, pôr e tirar sofás, lá se conseguiu dar início à sessão.
Isabel e João
A recriação do Nelo e da Idália em "Ponte Vasco da Gama"
Nelo: Sempre a corrigir, parece que é parda! sempre a corrigir, eu sou uma pessoa
especializada em ler na vertical percebe, eu sou uma pessoa artística, sou uma pessoa
aérea, não sou como você, que vai às letras todas ver o que lá tá escrito, eu não, estúpida,
sou uma pessoa que não, não conto as bolachas de água e sal cada vez que vai ao pacote.
Idália: Olha eu pelo menos, vou ao pacote, tomo decisões, não sou como certas
pessoas, que não vão, nem saem de cima.
Mariana e Cecília
Arrasaram, com a versão "Acordo Ortográfico 2010" da história do Capuchinho Vermelho.
Tás a ver uma dama com um gorro vermelho? Yah, essa cena! A pita foi obrigada pela kota dela a ir à toca da velha levar umas cenas, pq a velha tava a bater mal, tázaver? E então disse-lhe:
- Ouve, nem te passes! Népia dessa cena de ires pelo refundido das árvores, que salta-te um meco marado dos cornos para a frente e depois tenho a bófia à cola!
Pá, a pita enfia a carapuça e vai na descontra pela estrada, mas a toca da velha era bué longe, e a pita enfiou-se pelo bosque. Népia de mitra, na boa e tal, curtindo o som do iPod...
É então que, ouve lá, salta um baita dog marado, todo chinado e bué ugly mêmo, que vira-se pa ela e grita:
- Yoo, tá td? Dd tc?
- Tásse... do gueto alí! E tu... tásse? - disse a pita
- Yah! E atão, q se faz?
- Seca, man! Vou levar o pacote à velha que mora ao fundo da track, que tá kuma moka do camano!
- Marado, marado!... Bute ripar uma até lá?
- Epá, má onda, tázaver? A minha cota não curte dessas cenas e põe-me de pildra se me cata...
- Dasse, a cota não tá aqui, dama! Bute ripar até à casa da tua velha, até te dou avanço, só naquela da curtição. Sem guita ao barulho nem nada.
- Yah prontes, na boa. Vais levar um baile katéte passas!!!
E lá riparam. Só que o dog enfiou-se por um short no meio do mato e chegou à toca da velha na maior, com bué avanço, tázaver?
Manda um toque na porta, a velha 'quem é e o camano' e ele 'ah e tal, e não sei quê, que eu sou a pita do gorro vermelho, e na na na...'. A velha abre a porta e PIMBA, o dog papa-a toda... Mas mesmo, abre a bocarra e o camano e até chuchou os dedos...
O mano chega, vai ao móvel da velha, saca uma shirt assim mêmo à velha que a meca tinha lá, mete uns glasses na tromba e enfia-se no VL... o gajo tava bué abichanado mêmo, mas a larica era muita e a pita era à maneira, tásaver?
A pita chega, e tal, e malha na porta da velha.
- Basa aí cá pa dentro! - grita o dog.
- Yo velhita, tásse?
- Tásse e tal, cuma moca do camâno... mas na boa...
- Toma esta cena, pa mamares-te toda aí...
- Bacano, pa ver se trato esta cena.
- Pá, mica uma cena: pa ké esses baita olhos, man?
- Pá, pa micar melhor a cena, tázaver?
- Yah, yah... E os abanos, bué da bigs, pa ke é?
- Pá, pa poder controlar melhor a cena à volta, tázaver?
- Yah, bacano... e essa cremalheira toda janada e bué big?
- Pa que é a cena?
- É PA CHINAR ESSE CORPO TODO!!! GRRRRRRRR!!!!
E o dog manda-se à pita, naquela mêmo de a engolir, né? Só que a pita dá-lhe à brava na capoeira e saca um back-kick mesmo directo aos tomates do man e basa porta fora! Vai pela rua aos berros e tal, o dog vem atrás e dá-lhe um ganda-baite, pimba, mêmo nas nalgas, e quando vai para engolir a gaja, aparece um meco daqueles que corta as cenas cum serrote, saca de machado e afinfa-lhe mêmo nos cornos. O dog kinou logo alí, o mano china a belly do dog e saca de lá a velha toda cheia da nhanha.
Ina man, a malta a gregoriar-se toda!!!
E prontes, já tá...
António e Helena
Um excerto da "meditação na pastelaria" de Alexandre O'Neill
Por favor, Madame, tire as patas,
Por favor, as patas do seu cão
De cima da mesa, que a gerência
Agradece.
Nunca se sabe quando começa a insolência!
Que tempo este, meu Deus, uma senhora
Está sempre em perigo e o perigo
Em cada rua, em cada olhar,
Em cada sorriso ou gesto
De boa educação!
A inspecção irónica das pernas,
Eis o que os homens sabem oferecer-nos,
Inspecção demorada e ascendente,
Acompanhada de assobios
E de sorrisos que se abrem e se fecham
Procurando uma fresta, uma fraqueza
Qualquer da nossa parte...
*
Mas uma senhora é uma senhora.
Só vê a malícia quem a tem.
Uma senhora passa
E ladrar é o seu dever – se tanto for preciso!
Alex, Xana, Ana Rita e Helena
"Zero" de Alberto Pimenta
HR
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deixou
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AJ
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deixou cair
|
HR
|
deixou cair o quê?
|
XJ
|
deixou cair o que tinha na mão.
|
HR
|
deixou cair o que tinha na mão e?
|
XJ
|
deixou cair o que tinha na mão e caiu morto
|
TODAS
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ah ah! deixou cair o que tinha na mão e caiu morto!
|
XF
|
não tinha
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AR
|
não tinha o quê?
|
XF
|
não tinha nada na mão.
|
AR
|
não tinha nada na mão?
|
XF
|
não tinha nada na mão quando caiu morto.
|
TODAS
|
ah ah! não tinha nada na mão quando caiu morto!
|
HR
|
não tinha
|
XJ
|
não tinha o quê?
|
HR
|
não tinha onde cair morto.
|
XJ
|
não tinha onde cair morto?
|
HR
|
não tinha onde cair morto e caiu morto na mesma.
|
TODAS
|
ah ah! não tinha onde cair morto e caiu morto na mesma!
|
XF
|
deixou cair o que tinha na mão e caiu morto.
|
AR
|
não tinha nada na mão quando caiu morto.
|
HR
|
não tinha onde cair morto e caiu morto na mesma.
|
XJ
|
o que tinha na mão e
|
XJ
|
não tinha nada na mão
|
XJ
|
não tinha onde
|
XJ
|
e caiu
|
TODAS – XJ
|
na mesma?
|
AR
|
o que tinha na mão e
|
AR
|
não tinha nada
|
AR
|
não tinha onde
|
AR
|
e caiu
|
XF
|
o que tinha
|
HR
|
não tinha nada
|
AR
|
não tinha onde
|
XJ
|
e
|
HR
|
tinha
|
XF
|
tinha não
|
AR
|
não tinha
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HR+XF+XJ
|
tinha
|
AR
|
não tinha
|
HR+XF+XJ
|
tinha
|
TODAS
|
ah ah
|
O nosso "ensaio drive-in: é para 4, se faz favor!"
E o resultado final
Rodrigo
Epílogo
João e Fernando
José Sesinando
Obra Ântuma
Entrevista – Tipo
ou
Como desencorajar entrevistadores
P. - Diga-me: que pensa do cinema português?
R. - A essa pergunta não posso deixar de responder com a maior clareza.
P. - Muito bem. E o teatro?
R. Mutatis mutandis, a minha resposta é a mesma.
P. Quer dizer-nos o que pensa acerca da renovação dos valores no cinema?
R. Quero.
P. E nas outras artes?
R. Também
P. Acha que o cinema sonoro é mais artístico do que o mudo?
R. Depende: para os surdos, o cinema sonoro é mudo.
P. E entre René Clair e Eisenstein, qual escolhe?
R. Com certeza.
P. Gosta dos primeiros filmes de cow-boys do Ford?
R. De quantos cavalos?
P. Qual lhe parece ter maior valor expressivo – o teatro ou o cinema?
R. Sim.
P. Acha fundamental e difícil a função do operador, a quem incumbe gravar as imagens das estrelas
na película virgem?
R. Impressionar uma virgem é sempre fácil.
P. E a montagem?
R. Não seja malcriado.
P. Quando vai ver um filme português, do que gosta mais?
R. Dos intervalos.
P. Qual dos irmãos Marx prefere?
R. O Karl.
P. Queira dizer o nome de um grande vulto do cinema.
R. O Jacques.
P. Tati?
R. Tou bem, obrigado
Virgínia e Paulo
Berthold Brecht
Dificuldade de Governar
Aqui dito por Mário Viegas
Dificuldade de governar
1
Todos os dias os ministros dizem ao povo
como é difícil governar. Sem os ministros
o trigo cresceria para baixo em vez de crescer para cima.
Nem um pedaço de carvão sairia das minas
se o chanceler não fosse tão inteligente.
Sem o ministro da Propaganda
mais nenhuma mulher podia ficar grávida.
Sem o ministro da Guerra nunca mais haveria guerra.
E atrever-se-ia a nascer o sol
sem autorização do Fuhrer?
Não é nada provável e, se o fosse,
nasceria por certo fora do lugar.
2
É também difícil, ao que nos é dito,
dirigir uma fábrica. Sem o patrão
as paredes cairiam
e as máquinas enchiam-se de ferrugem.
Se algures fizessem um arado
ele nunca chegaria ao campo sem
as palavras avisadas do industrial aos camponeses: quem,
senão ele, lhes poderia falar na existência de arados?
E que seria da propriedade rural sem o lavrador?
Não há dúvida nenhuma que se semearia centeio
onde já havia batatas.
3
Se governar fosse fácil
não havia necessidade de espíritos tão esclarecidos
como o do Fuhrer.
Se o operário soubesse usar a sua máquina
e se o camponês soubesse distinguir um campo
de uma forma para tortas,
não haveria necessidade de patrões
nem de proprietários.
É só porque toda a gente é tão estúpida
que há necessidade de alguns tão inteligentes.
4
Ou será que
governar só é assim tão difícil porque
a exploração e a mentira
são coisas que custam a aprender?
Augusto
Com música, que isto é para ser bem divertido!
"The Muppet Show" (uma das inúmeras versões da apresentação do mais fantástico, marretástico espectáculo...)
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